Páginas

terça-feira, 26 de março de 2013

Tamarineiro(a) Histórica - Poesias da Terra

TAMARINEIRA VELHA AMIGA – ANTONIO PEDRO (Belém)
Retirado do livro Revelações de Um Agricultor


Agora vou escrever
Sentindo um grande prazer
E preciso lhe dizer
De uma árvore velha amiga
Nasceu dentro de um cercado
No outro século passado
E continua estimada
Esta árvore velha amiga

Nasceu de livre vontade
Pela mão da divindade
Aqui em nossa cidade
Que viu o alvorecer
Vivendo sempre feliz
Ao lado desta matriz
De São Francisco de Assis
Onde ela viu nascer

Todos os teus frutos colheram
As outras árvores morreram
Nunca mais permaneceram
Só tu não ganhaste a morte
Sempre rejuvenescendo
Teus galhos se balançando
E eu de te me lembrando
Oh velha árvore de sorte

Viste da Cruz o começo
Viu o mais velho em ser berço
E viu o pequeno preço
Hoje veres a carestia
Viu muita necessidade
Os velhos na eternidade
Hoje está vendo a cidade
Como está sendo hoje em dia

Tamarineira estimada
Viu muita carne de gado
Vendida por dois cruzeiro
Em uma roda de carro
Cortando carne ligeiro
Vendendo o amigo e o vaqueiro
E hoje esse dinheiro
Não compra mais um cigarro

Viu música na alvorada
As quatro da madrugada
Ao romper da passarada
Ouvindo a banda tocar
O povo evoluindo
E fogo no ar subindo
Com bandeirinha aplaudindo
Em frente ao patamar

Oh! Velha tamarineira
Era minha companheira
Naquelas manhãs fagueiras
No tempo de minha escola
Aonde eu me sentava
Em sua sombra repousava
Bolinhos eu merendava
Tirando de uma sacola

Tu hoje nesta avenida
De todos es bem querida
Toda de lâmpadas florida
É bonito o festival
Sempre se resplandecendo
Ouvindo a música tocando
Os galhos se embalando
Quando é noite de natal

Foi tu que viste os roceiros
Naqueles anos primeiros
Ainda com pouco dinheiro
Um bolo era um tostão
Hoje veio a carestia
Como está sendo hoje em dia
Se vai lá na padaria
Um bolo é um milhão

Guardava a vida em segredo
Com o teu frutinho azedo
Vive em seu agasalho
E ver o raiar do sol
Brilhando em todo arrebol
O cântico do rouxinol
Pousando de galho em galho

Foi tu que viste a igrejinha
Quando era pequenininha
Todo dia à tardinha
Olhando o santuário
O altar, a flor eu cheiro
Foi tu que sentiu primeiro
São Francisco, o padroeiro
Quando fez o centenário

Tamarineira em criança
Eu tinha esta lembrança
Quem espera sempre alcança
De escrever tua história
Já descobri teus encantos
Isto ai eu te garanto
Que Antônio José dos Santos
Pode guardar na memória

O TAMARINEIRO – ZECA MUNIZ
Retirado do livro Zeca Muniz de Agricultor a Poeta

Es quase bicentenário
Meu velho tamarineiro
Tua fronde é vigorosa
Inda te mostra altaneiro
Quase ninguém te contempla
Neste teu porte fagueiro

Quantas floradas tu destes
Quantos cachos de frutinhos
De vagens tão suculentas
Com seu teor azedinho
Os teus galhos agasalharam
Saltitantes passarinhos

Nesta tua longa vida
Uma Cidade nasceu
E vagarosa como a tua
Vicejou e floresceu
Ao redor de tua copa
Que o teu fluído exerceu

Por vezes te desgalharam
Sem nenhuma piedade
Mas, mostrastes teu vigor
Pra dares continuidade
A vida, com que marcastes
O início desta Cidade

Nenhum comentário:

Obrigada pelo C.A.R.I.N.H.O de vocês, amigos!

;

OUTRAS LEITURAS

Cruz Selo UNICEF