TAMARINEIRA VELHA
AMIGA – ANTONIO PEDRO (Belém)
Retirado do livro
Revelações de Um Agricultor
Agora
vou escrever
Sentindo
um grande prazer
E
preciso lhe dizer
De
uma árvore velha amiga
Nasceu
dentro de um cercado
No
outro século passado
E
continua estimada
Esta
árvore velha amiga
Nasceu
de livre vontade
Pela
mão da divindade
Aqui
em nossa cidade
Que
viu o alvorecer
Vivendo
sempre feliz
Ao
lado desta matriz
De
São Francisco de Assis
Onde
ela viu nascer
Todos
os teus frutos colheram
As
outras árvores morreram
Nunca
mais permaneceram
Só
tu não ganhaste a morte
Sempre
rejuvenescendo
Teus
galhos se balançando
E
eu de te me lembrando
Oh
velha árvore de sorte
Viste
da Cruz o começo
Viu
o mais velho em ser berço
E
viu o pequeno preço
Hoje
veres a carestia
Viu
muita necessidade
Os
velhos na eternidade
Hoje
está vendo a cidade
Como
está sendo hoje em dia
Tamarineira
estimada
Viu
muita carne de gado
Vendida
por dois cruzeiro
Em
uma roda de carro
Cortando
carne ligeiro
Vendendo
o amigo e o vaqueiro
E
hoje esse dinheiro
Não
compra mais um cigarro
Viu
música na alvorada
As
quatro da madrugada
Ao
romper da passarada
Ouvindo
a banda tocar
O
povo evoluindo
E
fogo no ar subindo
Com
bandeirinha aplaudindo
Em
frente ao patamar
Oh!
Velha tamarineira
Era
minha companheira
Naquelas
manhãs fagueiras
No
tempo de minha escola
Aonde
eu me sentava
Em
sua sombra repousava
Bolinhos
eu merendava
Tirando
de uma sacola
Tu
hoje nesta avenida
De
todos es bem querida
Toda
de lâmpadas florida
É
bonito o festival
Sempre
se resplandecendo
Ouvindo
a música tocando
Os
galhos se embalando
Quando
é noite de natal
Foi
tu que viste os roceiros
Naqueles
anos primeiros
Ainda
com pouco dinheiro
Um
bolo era um tostão
Hoje
veio a carestia
Como
está sendo hoje em dia
Se
vai lá na padaria
Um
bolo é um milhão
Guardava
a vida em segredo
Com
o teu frutinho azedo
Vive
em seu agasalho
E
ver o raiar do sol
Brilhando
em todo arrebol
O
cântico do rouxinol
Pousando
de galho em galho
Foi
tu que viste a igrejinha
Quando
era pequenininha
Todo
dia à tardinha
Olhando
o santuário
O
altar, a flor eu cheiro
Foi
tu que sentiu primeiro
São
Francisco, o padroeiro
Quando
fez o centenário
Tamarineira
em criança
Eu
tinha esta lembrança
Quem
espera sempre alcança
De
escrever tua história
Já
descobri teus encantos
Isto
ai eu te garanto
Que
Antônio José dos Santos
Pode
guardar na memória
O
TAMARINEIRO – ZECA MUNIZ
Retirado
do livro Zeca Muniz de Agricultor a Poeta
Es
quase bicentenário
Meu
velho tamarineiro
Tua
fronde é vigorosa
Inda
te mostra altaneiro
Quase
ninguém te contempla
Neste
teu porte fagueiro
Quantas
floradas tu destes
Quantos
cachos de frutinhos
De
vagens tão suculentas
Com
seu teor azedinho
Os
teus galhos agasalharam
Saltitantes
passarinhos
Nesta
tua longa vida
Uma
Cidade nasceu
E
vagarosa como a tua
Vicejou
e floresceu
Ao
redor de tua copa
Que
o teu fluído exerceu
Por
vezes te desgalharam
Sem
nenhuma piedade
Mas,
mostrastes teu vigor
Pra
dares continuidade
A
vida, com que marcastes
O
início desta Cidade